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Brasil
GDE no Rio de Janeiro
Com a proposta de fornecer elementos para transformar as práticas de ensino e desconstruir preconceitos, o curso on-line Gênero e Diversidade na Escola (GDE), desenvolvido há três anos pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM), será realizado entre os meses de maio e setembro de 2009. A expectativa é de que participem cerca de 3 mil profissionais da educação vinculados à rede pública de ensino, que devem ser provenientes dos 20 municípios que aderiram a esta edição do programa. As inscrições, realizadas exclusivamente via Internet, ficam abertas até o dia 27 de março. O programa é resultado de uma parceria do CLAM com ministérios do governo federal (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Educação), com a Secretaria do Estado de Educação do Rio de Janeiro e com secretarias municipais de educação da região metropolitana e do interior fluminense. Ao longo do curso, que é dividido em módulos, são abordadas cinco temáticas: gênero, sexualidade, relações étnico-raciais, gravidez na adolescência e participação juvenil. A educadora Leila Araujo, coordenadora geral do projeto, chama atenção para a importância do programa, tendo em vista que a formação regular dos professores ainda não oferece capacitação adequada para a abordagem desses temas. Além disso, Leila destaca que a escola, sendo uma das mais importantes instituições sociais, é um lugar privilegiado e motivador de mudanças: “A escola tem capacidade para atingir toda a sociedade, através da ação multiplicadora de uma nova mentalidade”, avalia. Para a professora Ambrosina Gomes da Conceição, da rede estadual do Rio de Janeiro, que participou do projeto-piloto do GDE, realizado em 2007, o curso permitiu que os educadores percebessem as possibilidades de atividades que podem ser implantadas no ambiente escolar contra diversos tipos de preconceito. Segundo Ambrosina, o que se nota hoje é uma dificuldade dos professores em lidar com tais assuntos, em parte por falta de conhecimento a respeito. “A questão da diversidade deve ser pensada nacionalmente, sem perder o foco local, pois cada estado e cada cidade possuem suas peculiaridades nesse aspecto”. O GDE, que tem 244 horas de duração e será certificado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), é um curso semi-presencial, sendo considerado de atualização pelo MEC. Ao todo, serão ministradas três aulas presenciais e as demais via Internet – no Ambiente Virtual de Aprendizagem. As turmas terão no máximo 40 alunos. Coordenadora executiva do GDE, Cláudia Regina Ribeiro, informa que podem se inscrever no programa professores de qualquer disciplina: “Na realidade, qualquer um envolvido no processo pedagógico, como diretor/a, inspetor/a, coordenador/a, é interessante que se aprofunde nesses temas, mas nosso objetivo principal são os professores e professoras”, afirma, acrescentando que ao final do curso será distribuído um caderno com sugestões de atividades para serem realizadas em sala de aula. Sobre o número de jovens que serão atingidos pelo GDE, Cláudia destaca que “este é um dado incomensurável”, na medida em que muitos dos professores da rede pública lecionam também em escolas particulares e até em outros municípios, o que deve ampliar de maneira considerável os efeitos do programa. A seleção dos municípios participantes buscou abranger, de forma equilibrada, as diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro. Para cada município, dependendo do número total de professores, serão oferecidas de 100 a 200 vagas para o curso. Participam desta edição do programa os municípios de Angra dos Reis, Belford Roxo, Cabo Frio, Campos, Duque de Caxias, Itaboraí, Macaé, Maricá, Mangaratiba, Niterói, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, Paraíba do Sul, Paraty, Petrópolis, Queimados, Rio de Janeiro, Rio das Ostras, São Gonçalo, São João de Meriti. Para mais informações, acesse o hotsite do GDE. Publicada em: 12/02/2009 |