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A dimensão política prevalece
Faça o download do documento aqui. “Somando-se ao número dos que disseram estar ali por solidariedade a amigos e parentes homossexuais (8,9%), temos dois terços dos entrevistados (66,5%) que compareceram ao evento por terem algum tipo de engajamento social ou político com a questão”, analisam os autores do documento, os pesquisadores Sergio Carrara (CLAM), Silvia Ramos (Cesec), Julio Assis Simões (USP) e Regina Facchini (APOGLBT-SP). A parceria civil entre pessoas do mesmo sexo foi o tema da parada e principal bandeira de luta. Os manifestantes buscavam pressionar o Congresso brasileiro para aprovar o projeto de lei que regulamenta as relações afetivo-sexuais entre pessoas do mesmo sexo, o qual vem sendo discutido pelos parlamentares desde 1995. Público politizado De acordo com o documento, motivações políticas tendem a ser mais relevantes entre os mais velhos e entre aqueles com nível de instrução mais elevado. Assim, 65,9% entre os que tinham idades entre 30 e 39 anos contra 44,3% entre os que tinham até 18 anos declararam estar ali para que os homossexuais tenham mais direitos no país; 61,5% entre os que tinham pós-graduação contra 51,4% entre os que tinham ensino fundamental declararam o mesmo. A maior parte dos manifestantes não era composta por “novatos”: 63,3% deles afirmaram já ter participado de outras paradas do orgulho GLBT. Homens e mulheres heterossexuais foram os que mais freqüentemente responderam ser aquela a primeira vez que compareciam a um evento desse gênero (58,5% deles e 63% delas nunca haviam participado antes de uma parada do orgulho GLBT). Esse dado contrasta, por exemplo, com as informações relativas aos homens homossexuais, entre os quais 76,5% já tinham participado de outras paradas. “Por outro lado, é também importante salientar que um número expressivo de manifestantes disseram comparecer à parada sobretudo por razões lúdicas, por ‘curiosidade ou diversão’ou para ‘paquerar’(30,8%)”, afirmam os autores. Além de questões políticas, entre os mais de 2 milhões que compareceram à Avenida Paulista, 973 manifestantes também responderam a questões relacionadas à saúde, identidade sexual e experiências de discriminação e violência. A pesquisa Política, Direitos, Violência e Homossexualidade vem sendo realizada desde 2003, tendo sido feita nas paradas do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Em 2005, além de São Paulo, a pesquisa também ocorreu em Buenos Aires, com resultados previstos para novembro. O objetivo da investigação é conhecer melhor os participantes de paradas do orgulho GLBT e levantar dados de violência e discriminação sofridas por gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. O lançamento ocorrerá no Auditório da Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo (Pátio do Colégio, 148), a partir das 18h30. O documento estará disponível no site do CLAM (seção “documentos”) a partir do dia 26 de junho, data do lançamento. Publicada em: 20/06/2006 |