O livro “Toda feita”, do antropólogo Marcos Benedetti, doutorando e pesquisador do NUPACS/UFRGS, trata das recentes transformações no universo social das travestis. O autor analisa os principais processos criados e experimentados pelas travestis para viabilizar o projeto de ser mulher, abordando a fabricação do feminino no corpo. “O corpo das travestis é, sobretudo, uma linguagem; é no corpo e por meio dele que os significados do feminino e do masculino se concretizam e conferem à pessoa suas qualidades sociais. É no corpo que as travestis se produzem enquanto sujeitos”, diz Benedetti.
Para ampliar sua compreensão sobre os significados das práticas e intervenções no corpo das travestis que se prostituem, o autor lançou mão do método etnográfico, convivendo com elas em diferentes situações, visitando-as nos locais de prostituição e em suas casas.