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Brasil
El legado de Gilberto
Pioneiro na linha da antropologia urbana no Brasil, Gilberto dispensava atenção para o que não era convencional, teve contato estreito com a problemática do desvio e da transgressão, especialmente em relação ao uso de drogas. Aberto intelectualmente, tinha um descortino a temas sensíveis, falava da complexidade do mundo social. Seu interesse pela literatura e fascínio pela antiguidade ampliou o horizonte de sensibilidade aos variados temas de pesquisa que ele orientava. “Meu interesse em história e literatura fez com que, quando eu me aproximei da antropologia, já tivesse a atitude de observar participando”, ele lembrou em certa ocasião. Gilberto Velho inaugurou o campo da antropologia urbana no país, publicando inúmeros livros e artigos sobre assuntos diversos, desde a Utopia Urbana (1973) – no qual escreveu sobre a experiência social de morar num prédio de conjugados em Copacabana – a temas candentes, como a violência urbana e o significado social e político das drogas. Elaborou, a partir de diálogo fundado em Georg Simmel e Louis Dumont, modos inovadores de pensar o fenômeno do individualismo. Centrou-se no estudo de conceitos como “camadas médias” e na problematização do “desvio e divergência”. No plano da política institucional, Gilberto Velho ocupou posições importantes: foi presidente da Anpocs e da ABA, e, em 2000, tornou-se o primeiro cientista social a ser incorporado à Academia Brasileira de Ciências (ABC), até então restrita a pesquisadores e cientistas do âmbito das ciências exatas e naturais. Foi condecorado com a Ordem Nacional do Mérito Científico, com o grau de comendador, em 1995, e com o grau Grã-Cruz, em 2000, da Presidência da República. Em 1999, também foi condecorado comendador da Ordem do Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores. Publicada em: 18/04/2012 |